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Revelam o macabro negócio de contrabando dos “Reizinhos de Roraima” na fronteira entre Brasil e Venezuela


Pessoas identificadas como “controladores sociais” deram a conhecer a meios de comunicação uma denúncia contra um aparente Grupo Estruturado de Delinquência Organizada (GEDO) que opera na fronteira entre Brasil e Venezuela, ao que denominaram “Os Reizinhos de Roraima”. Segundo a denúncia, este grupo se dedica a ingressar mercadoria brasileira de contrabando a Venezuela, evadindo em território venezuelano os controles aduaneiros e as medidas de restrição de alimentos para a proteção da produção nacional.

A cumplicidade do auditor fiscal Alysson Rocha

A denúncia assinala que o auditor fiscal brasileiro Alysson Rocha joga um papel importante no grupo, e que sob um suposto de “mercadoria para exportação”, lhe dá o aval para a saída do Brasil e ingresso a Venezuela de produtos tais como frango, salsichas, mortadela, óleo, açúcar, etc. Estes produtos não passam pela aduana venezuelana, senão pelas chamadas trilhas ou “caminhos verdes” , e logo são distribuídos nas prateleiras venezuelanas a nível nacional.

As empresas e pessoas envolvidas

A denúncia inclui uma infografia na que figuram vários envolvidos no caso, entre os que se encontram as seguintes empresas e pessoas:

  • Distribuidora Fríos Roraima (Brasil): Allan Luiz de Oliveira e Willians Paulo Mischur
  • Frios Roraima (Venezuela) e Comarca (Venezuela): Nuno Condesso Martínez Martins (venezuelano)
  • Auditor fiscal Alysson Rocha (Brasil)
  • Distribuidora Tauan (Brasil): Kleber e Cleiton Aguilar
  • Logística BellaTrix (Brasil): Fátima Araujo e Mirella
  • Amazon Pneus (Brasil): Cavalcante
  • J.L. Fernandes Comércio Atacadista (Brasil): Jackson
  • Chino Julio (comerciante localizado na Venezuela, na cidade de Puerto La Cruz)





O dano à economia e à saúde

Os controladores sociais questionam como é possível encontrar ditos produtos brasileiros em grandes quantidades nas prateleiras venezuelanas, se existe na Venezuela uma resolução desde faz vários meses de restrição para a proteção à produção nacional. Assim mesmo, denunciam que o suposto grupo delinquencial atenta contra a economia e as empresas nacionais, e joga com a saúde e a integridade dos habitantes da Venezuela. Por último, exigem que se investigue e sancione aos responsáveis deste ilícito. Segundo os controladores sociais, o auditor Rocha e as empresas mencionadas têm obtido grandes ganhos com o contrabando, à custa de prejudicar aos empresários honestos da Venezuela e Brasil que cumprem com a lei e contribuem ao desenvolvimento e a soberania alimentar de ambos países.

Operativo da Receita Federal do Brasil (RFB) em Fríos Roraima

O passado quinta-feira 1 de junho, funcionários da Secretaria de Receitas Federais do Brasil ou Receita Federal (RFB) realizaram uma inspeção na empresa Fríos Roraima, localizada em Pacaraima, ao nordeste do estado de Roraima, perto da fronteira com Venezuela. A empresa se dedica à distribuição e exportação de produtos alimentícios, principalmente salsichas e outros embutidos.

Segundo fontes da RFB, a empresa estaria envolvida em uma rede de contrabando de salsichas para o lado venezuelano da fronteira, aproveitando a diferença de preços e a escassez de alimentos que sofre Venezuela. No operativo se confiscou mercadoria e se identificou a vários condutores com matrícula venezuelana que transportavam salsichas para passá-las ilegalmente ao outro lado.

Durante a inspeção, se produziu uma perseguição e uma troca de tiros entre os agentes e um suspeito que tentou escapar em uma caminhonete negra, aparentemente Ford Bronco, que conseguiu fugir a território venezuelano com os pneus desinflados. O condutor tentou ocultar seu rosto durante a fuga. Não se reportaram feridos nem maiores danos materiais.

Fríos Roraima é propriedade do empresário brasileiro Allan Luiz de Oliveira, quem é sócio do cidadão venezuelano Nuno Condesso Martínez Martins em outra companhia chamada Atacaraima Comercio. Martínez Martins é conhecido como “O Rei do Contrabando da Salsicha” e tem residência no estado Zulia, na Venezuela. Ainda que seu nome não figura em registros de Fríos Roraima, suspeitas indicam que Martínez é por trás acionista da mesma.

Allan Luiz de Oliveira e Martínez operam a companhia em associação com Willians Paulo Mischur, quem funga como CEO de Fríos Roraima e de outra empresa denominada Consignum. Outro sócio de Allan Luiz de Oliveira é Wigor Henrique Dos Santos. O grupo mantém nexos comerciais além disso com outra empresa que leva por nome Comarca. No estado de Roraima existem processos judiciais abertos contra Allan Luiz de Oliveira, devido à evasão de impostos à circulação de mercadorias.

Nuno Condesso Martínez é também proprietário da empresa Transporte Roraima Do Amazonas Ltda, em onde tem como sócio a Matheus Spadare Mischur. O contrabando na fronteira entre Brasil e Venezuela é um problema recorrente que afeta a ambos países. A fronteira entre Brasil e Venezuela tem uma extensão de 2.199 quilômetros e está marcada por uma grande desigualdade econômica e social. A crise que vive Venezuela tem provocado um êxodo venezuelano para Brasil, especialmente para o estado de Roraima.



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